O arremesso é um gesto que diferencia o Homo sapiens dos demais hominídeos, sendo importante marco na evolução humana e que faz parte da seleção natural de uma espécie habilitada a caçar e coletar seu próprio alimento, além de proteger seu lar e se defender de inimigos.
Nos dias atuais, nas culturas ocidentais, não precisamos arremessar para caçar e coletar, porque nosso alimento vem até nós e não precisamos gastar energia para tal. Mas sendo uma habilidade única e que diferencia nossa espécie, qual sua importância atualmente?
Apesar de fundamental em alguns esportes, o gesto do arremesso não faz parte do nosso repertório motor, principalmente nas sociedades modernas que vivem a quarta revolução industrial. O uso do ombro, e demais segmentos dos membros superiores, está direcionada para a manualidade de dispositivos com alta tecnologia, como celulares e tablets. No entanto, em países como o Brasil, onde há uma enorme desigualdade social, ainda encontramos crianças que brincam de arremessar, seja jogando uma pedra no rio ou levantando uma pipa.
Contraditoriamente, a maioria das crianças que ainda brincam assim, não tem acesso a escola ou clubes, onde justamente os esportes de arremesso são iniciados. Mas se desejamos um atleta arremessador preciso, potente e habilidoso, como fazer? Como transportar os hábitos de sociedades caçadoras coletoras em prol da iniciação de um atleta arremessador?
A criança, seja na escola, no clube ou nas ruas, tem que brincar. O aprendizado e desenvolvimento motor depende da variabilidade de estímulos ambientais, da diversidade de tarefas e da interação social. Se você é ou deseja ser um fisioterapeuta esportivo deverá fazer parte da construção biopsicossocial de uma criança em desenvolvimento. Para tal, brincadeiras e prática de atividades físicas generalistas são essenciais para a formação de um futuro atleta, manutenção de hábitos saudáveis e qualidade de vida na vida adulta.
Fique atento nas redes sociais da SONAFE Brasil. Teremos uma Live em breve sobre o tema!